Por Maurício Ferreira
Não há apreciador de vinho que não tenha nos lábios: “Vinho faz bem para a saúde”.
A noção de bem-estar e a procura por saúde tem aumentado nas últimas décadas e alcança, principalmente, as classes sociais que já possuem um pouco mais que o básico para sobreviver. Um exemplo clássico é a busca por alimentos funcionais que, segundo a ANVISA, são aqueles que produzem efeitos benéficos no crescimento, desenvolvimento e manutenção das funções normais do organismo humano.
Não é de hoje que o vinho é visto com bons olhos. Há registros de que em um passado não muito distante até era indicado como remédio. São Paulo recomendou a Timóteo, que devia padecer de problemas estomacais, que não tomasse somente água, mas fizesse uso do vinho. É sabido que uma pequena taça de vinho nas refeições auxilia na boa digestão.
Mas foi no final da década de 70 que o vinho ganhou destaque mundial em uma pesquisa feita na Europa, na região do Mar Mediterrâneo, onde o consumo de vinho era corriqueiro, acompanhado até de alimentos ricos em gorduras saturadas, como queijos. Curiosamente, o índice de infarto do miocárdio era inferior ao americano. Dada a aparente contradição, a pesquisa ficou conhecida como “paradoxo francês”. Talvez, muitos desconheçam que a pesquisa se referia à alimentação mediterrânea que, além dos elementos acima, é rica em peixes, frutos do mar e azeite de boa qualidade.
É certo que o vinho ganhou notoriedade na imprensa mundial e o mundo científico desenvolveu inúmeras pesquisas. Foi identificado que os principais benefícios do vinho eram propiciados por um polifenol chamado resveratrol, encontrado nos vinhos tintos. Quando a videira é atacada por fungos ela aumenta a produção de resveratrol, o que reforça a sua defesa. Acredita-se que esta substância faça o mesmo para o ser humano. Sua atividade mais conhecida é a antioxidante, a qual retarda o envelhecimento e auxilia na prevenção de doenças como: Parkinson, catarata, senilidade, Alzheimer, degeneração muscular, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e até alguns tipos de câncer.
Neste contexto o vinho pode colaborar para: a redução da pressão arterial, por conta de sua ação vasodilatadora; um menor volume de colesterol ruim (LDL) e um maior volume de colesterol bom (HDL) circulantes no sangue; menores riscos de desenvolvimento de tromboses e derrames e proteção cardiovascular contra quadros de infarto. Em razão destas boas notícias, alguém já disse: “vou começar a tomar vinho, pelo visto é um santo remédio”. Se você pensa desta forma, eu alerto: “Cuidado!”. Vinho não é remédio e se você responder “não”, a uma destas três perguntas, não comece antes de consultar um médico: 1. “Você já consome alguma bebida alcoólica? 2. “Você tem alguma contraindicação ao consumo de álcool?” 3. “Você conhece os efeitos do álcool sobre eventual tratamento que esteja realizando?
Uma vez tomada a decisão de iniciar o consumo de vinho, importa saber que os benefícios dele são maximizados quando associado a uma dieta saudável e à prática regular de exercícios.
Os antigos já diziam, a diferença entre remédio e veneno está na dose. Vinho não é remédio, mas para aqueles que o apreciam diariamente não é recomendado quantia superior a uma taça de 150 ml. Sem esquecer a orientação da Organização Mundial da Saúde – OMS para o consumo espaçado durante a semana.
Com alegria façamos o consumo moderado, aproveitando os benefícios metabólicos e o prazer que o vinho nos dá.
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