Por Chris Barbato – Texas USA
Café brasileiro atingiu 40% de participação no mercado global em 2020.
Além de ser a maior nação produtora e exportadora de café do mundo, há mais de 100 anos, o Brasil está na segunda posição entre maiores consumidores de café.
As plantações de café cobrem cerca de 27.000 km² do país, em sua maioria localizada em Minas Gerais, São Paulo, e Paraná, 3 estados onde o clima e temperatura são ideais para produção do café.
A legislação trabalhista e ambiental brasileira em relação ao café é uma das mais exigentes do mundo.
O café gera mais de 8 milhões de empregos e só em 2017 gerou receita de 5,24 bilhões de dólares para o País (Dados do Ministério da Agricultura e ABIC). É claro que tem muita história envolvida nisso, então vamos conferir!
O Brasil também se distingue de outras nações produtoras de café, com o processo seco, onde os grãos de café são secos ao sol, em vez de lavados em um processo molhado comumente feito em vários países.
E como foi explicado pelo pessoal do Blog ucoffee, as plantas de café eram um bem tão precioso que às vezes eram cultivadas dentro de muralhas para que ninguém as roubasse.
Podemos dizer que o modo como as primeiras sementes vieram para o Brasil foi fruto de um plano bem arquitetado.
O Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta foi enviado em 1727 às Guianas como uma espécie de diplomata para exigir o cumprimento do Tratado de Utrecht (que dizia respeito à fronteira entre as colônias). Mas, na verdade, a tarefa principal era conseguir sementes férteis para o Brasil.
Para alcançar seu objetivo, Palheta se aproximou da Madame d’Orvilliers, esposa do governador de Caiena (capital da Guiana Francesa na época), e o que se sabe é que o militar retornou ao Brasil portando um vistoso buquê de flores, presente da própria Madame, contendo clandestinamente grãos de café dentro.
Trajetória do café no Brasil
Cultivados no Pará, tais sementes se multiplicaram facilmente. Foi no Sudeste, no entanto, que o café começou a tomar grandes proporções. Entre 1760 e 1780, o desembargador Castelo Branco cultivou café no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais em larga escala.
Em 1779 exportou-se café pela primeira vez, e rapidamente essa commodity (bem manufaturado em larga escala para ao comércio externo) se tornou de grande importância para a economia, sendo um investimento independente da Coroa e que mudou nossa História até os dias de hoje.
O Brasil do século XIX foi financiado pela cafeicultura: estradas e ferrovias foram construídas para escoamento da produção, recebemos imigrantes de vários lugares do mundo (especialmente da Itália), avanços tecnológicos em todos os setores e o pontapé inicial para instaurar a indústria e a urbanização.
Das matas da Tijuca para o vale do Rio Paraíba, para depois Campinas, Minas Gerais, Espírito Santo… rios de dinheiro fluíam dos cafezais e, nessa época, foram construídas enormes fazendas com sedes luxuosas. 70% da produção mundial de café estava por conta do Brasil, e nossos recursos se apoiaram nisso.
Os estados de São Paulo e Minas Gerais foram os que mais enriqueceram, fomentando a política do “Café com Leite”, que alternava os presidentes da República apenas entre paulistas e mineiros.
Não podemos deixar de citar o importantíssimo papel das mulheres, especialmente na colheita e beneficiamento. Assumindo jornadas duplas de trabalho, muitas vezes os nomes femininos nem apareciam nos contratos (que levavam os nomes dos maridos). As esposas dos barões também administravam as fazendas na ausência dos esposos e cuidavam de todos os processos.
Até que, em 1930, o café brasileiro passou pela fase mais difícil; era a época da quebra da Bolsa de Nova York. Uma vez que os países europeus já estavam se recuperando da 1ª Guerra Mundial, as importações de produtos norte-americanos diminuíram drasticamente, de modo que a economia dos Estados Unidos entrou em uma crise grave.
Como o Brasil perdeu naquele momento seu maior comprador de café, nossa economia também foi seriamente afetada. O que o governo fez foi comprar toneladas de café dos produtores e queimá-las para diminuir a oferta no mercado. Apesar do desperdício, o ato manteve o preço do café estável e impediu crises mais graves.
A partir desse desequilíbrio na cafeicultura foi que os olhos de investidores se viraram para outro setor e as indústrias despontaram cada vez mais, especialmente no Sudeste.
Enquanto isso, fora do Brasil a primeira máquina automática de expresso foi criada pelo italiano Francesco Illy. A Nestlé lançou o café solúvel em 1838, que em 1942 passou a fazer parte do kit de alimentação dos soldados nos EUA. No país, a cultura das cafeterias se expandiu fortemente.
O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de café do mundo e sustenta atualmente, cerca de 30% da produção mundial de café, que ocupa 2,2 milhões de hectares distribuídos entre 1.900 municípios, sob os cuidados de mini e pequenos produtores principalmente.
As plantações representam o principal gerador de postos de trabalho na agropecuária brasileira e as maiores produções estão concentradas nos estados de Minas Gerais onde se concentra 85% da produção do café Arábica, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia.
Segundo informações do Canal Rural, as exportações brasileiras de café, em março, somaram 3,438 milhões de sacas de 60 kg e renderam US$ 450,2 milhões. Esse desempenho elevou os embarques, no acumulado do primeiro trimestre de 2021, para 11,015 milhões de sacas, apresentando um crescimento de 10,4% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.
Em receita cambial, o avanço é de 6,1% no agregado até março, com os embarques rendendo US$ 1,437 bilhão ao país. Os dados são do relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
“Diante do momento desafiador em todo o mundo, com uma menor disponibilidade de contêineres para produtos alimentícios, reflexo de questões sanitárias devido à pandemia da Covid-19 e ao elevado fluxo de contentores para a Ásia, os exportadores brasileiros têm realizado esforços e honrado seus compromissos com o mercado”,
(Nicolas Rueda, presidente do Cecafé)
AGRADECIMENTOS: (Blog. Ucoffee – fonte de pesquisa e partes extraídas) e ao Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil
Cliique aqui para mais informações
Receitas com Café


