Mais de 125 anos de tradição reunindo histórias através da gastronomia
Posso dizer que este artigo, foi um dos mais difíceis e demorados. Tive que mergulhar profundamente na história e buscar informações através das pesquisas para resumir a história da Confeitaria Colombo. Mergulhando também, na minha própria história, na infância e pré adolescência quando ia, com a minha mãe, à Confeitaria Colombo para o café da tarde, tradição herdada dos colonizadores do Brasil.
A confeitaria Colombo foi fundada em 1894 por dois imigrantes portugueses, e recebeu este nome, em homenagem ao navegador Cristóvão Colombo, tendo um extenso rol de clientes célebres na sociedade brasileira. Sua arquitetura e ambiente permitem ter uma ideia de como teria sido a Belle Époque na então, capital da República , Rio de Janeiro.
A arquitetura e o ambiente interno, permitem ter uma ideia de como teria sido viver naquela época. As bancadas de mármore italiano, os espelhos de cristal emoldurados por elegantes frisos talhados em madeira de jacarandá, e os móveis do interior que foram esculpidos no período da construção por artesãos, reforçam essa sensação.
A Confeitaria Colombo, tornou-se ponto de encontro dos intelectuais da cidade, sobretudo da boemia literária, onde escritores e poetas se encontravam e entre os famosos que frequentavam a Confeitaria na época, estão Chiquinha Gonzaga, Olavo Bilac, Rui Barbosa, Villa-Lobos, Lima Barreto, José do Patrocínio e outros.
Conta-se que a marchinha de Carnaval “Sassaricando,” foi composta na porta da Confeitaria Colombo.
Os famosos presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, também paravam na Confeitaria Colombo para um chá ou um café.
Outros fatos interessantes são que a Confeitaria foi a primeira loja carioca a vender Coca-Cola, ter luz elétrica e elevador.
Entre 1912 e 1918 os salões do interior da confeitaria foram reformados. Em 1922 as suas instalações foram ampliadas com a construção de um segundo andar, que tem um salão de chá.
Uma abertura no teto do pavimento térreo, permite ver a claraboia do salão de chá, decorada com belíssimos vitrais.
Em 1970 a Confeitaria começou um período de dificuldades causada pela mudança de costumes e hábitos. As pessoas não tinham muito tempo para uma refeição ou café.
Em 1983 a Confeitaria passa a ser parte do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Em 1999 os irmãos Assis, adquiriram a Confeitaria e fizeram uma ampla restauração arquitetônica, valorizaram a história e introduziram novidades adaptadas aos tempos. Tudo isso fez com que a Confeitaria Colombo voltasse a brilhar no coração do Rio de Janeiro.
A Confeitaria Colombo funciona como Café, Restaurante, Doceria e espaço para festas de casamentos ou aniversários. Conta com salão de café, salão de chá, restaurante e área de eventos.
O almoço é tão bom quanto um café com bolos e tortas, além de doces e salgados de todo tipo. São 50 mil de cada, por mês, o que totaliza 4 mil toneladas de farinha, 3 toneladas de açúcar e cerca de 25 mil ovos.
A Confeitaria Colombo também oferece em sua agenda, a temporada de Chá de inverno que costumava ocorrer todos os dias a partir das 17:00h, mas com a pandemia está suspensa temporariamente.
O Portal Café Conto Encontro, agradece ao Sr. Assis pela gentil acolhenda e também, à sua filha Luciana pela participação.
“Entrar na Confeitaria Colombo é realmente, uma viagem no tempo. Tempo de um Rio de Janeiro de ritmo mais lento e amistoso”
(Historiador Maurício Santos)
Pesquisa:
Revista da Gol – texto de Inês Garçoni.
Felipe Lucena é jornalista, roteirista, redator, escritor, cronista; um assíduo frequentador das mais diversas regiões da cidade do Rio de Janeiro.