Então, surge a pergunta: Qual seria o da primavera?
A primavera está chegando, terá início, precisamente, no dia 22 às 22h04. Embora o clima das estações pareça confuso, calor no inverno e frio no verão, há expectativa de dias mais quentes. Calma! Eu sei que o inverno que se despede teve dias com mais de 30º C. Mas, o que se espera da primavera, como meia estação, é que não tenhamos mais frentes frias, as chuvas sejam mais frequentes, predomine um calorzinho até que o calorão do verão nos alcances e, acima de tudo, as flores desabrochem.
Aí surge a pergunta: Qual o vinho da primavera?
A resposta brota rápido: Vinho rosé. São vários os motivos. Ele tem muito pouco tanino (elemento que dá a sensação de secar a boca) e por isso pode ser bebido a uma temperatura inferior à do vinho tinto, entre 8 e 9º C, o que já é um ponto positivo. Possui uma acidez (elemento que faz salivar) um pouco menor que a do vinho branco, mas o suficiente para transmitir um delicioso frescor e, geralmente, apresenta aromas de frutas silvestres, morango, framboesa, groselha e até florais.
O rosé é versátil, pode ser apreciado sem acompanhamentos, na piscina ou maratonando uma série. Mas, também acompanha vários pratos leves à base de legumes, como ratatouille, saladas e peixes, desde tilápia até salmão, inclusive frango, que pode ser assado, frito ou grelhado.
Existe uma variação muito grande quanto à intensidade da cor do vinho rosé, desde os mais clarinhos, no estilo produzido em Provence, até os mais escuros, como aqueles engarrafados em Tavel. Ambas as regiões são Denominações de Origem (D.O.) do sul da França e a intensidade da cor é diferente em razão da forma como são elaborados.
Provence fica na costa do mediterrâneo. No século 6 A.C. os gregos da Ásia Menor já estavam na região e nesta época já se produziam vinhos bem clarinhos. Quando da chegada dos romanos, em 121 A.C., o rosé de Provence já era apreciado em todo o sul da França. Esta reputação se estabeleceu séculos atrás e hoje é considerado o melhor rosé do mundo. Em junho passado, ao abordar sobre a cor do vinho nesta coluna, foi explicado que ela decorre do contato da casca da uva tinta com o suco. Cientes disso, temos que o método utilizado em Provence é chamado de prensagem direta. As uvas são prensadas logo após a colheita e as cascas permanecem em contato com o suco por breve período, de 1 a 4 horas, somente. O suficiente para que o vinho tenha uma cor salmão bem clarinha. As uvas empregadas são tintas e dentre as principais temos: Grenache, Syrah e Mourvèdre.
Diferentemente de Provence, Tavel somente produz vinho rosé, mas em outro estilo, com cor mais viva e intensa, com mais corpo e muito gastronômico. Aqui é utilizado o método de sangria (“saignée”). As uvas são esmagadas, como na elaboração de um vinho tinto e tudo, inclusive as cascas, são colocadas em um tanque onde permanece em maceração por um período de 8 a 24 horas. Quanto maior o tempo, mais intensa será a cor. O mosto rosa é retirado, sem as cascas, e realizada a fermentação. As principais uvas são: Grenache, Cinsault e Syrah.
É difícil encontrar um vinho rosé destas duas regiões francesas por menos de R$ 150,00. Não fique triste! No Brasil há bons vinhos rosés por preços justos. Destaque para o Miolo Seleção Rosé, produzido no extremo sul da Campanha Gaúcha com as uvas Cabernet Sauvignon e Tempranillo. Pode ser encontrado na maioria dos supermercados e tem seu preço na faixa de R$ 35,00. Mas, se você prefere um mais delicado e sofisticado, no estilo Provence, a sugestão é Luiz Argenta LA Jovem Rosé, elaborado a partir de Pinot Noir e Syrah, com preço na faixa de R$ 130,00.
Que tal recebermos a primavera com um belo rosé?
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